Existem algumas habilidades que as escolas não ensinam. É clara a importância da escola na formação das pessoas, porém. Nela aprendemos habilidades como a leitura, a escrita, a capacidade de cálculo, além de uma visão geral do que é o mundo ao nosso redor.
No entanto, a vida em sociedade requer uma série de habilidades que não são ensinadas nas escolas. Os mais antigos costumam falar orgulhosos que estudaram na “escola da vida”, ou seja, aprenderam essas habilidades “na marra”, enfrentando os obstáculos. Muitas habilidades são, realmente, trabalhadas quando enfrentamos problemas e relações cotidianas, porém será esse o único jeito?
Veja abaixo quatro habilidades importantes que as escolas não ensinam, mas para as quais você pode se preparar para incentivar em seus filhos.
1 – Cuidar de si mesmo
Na escola, aprendemos muitas coisas, de biologia à filosofia. Mas já percebeu que pouco é ensinado a respeito da mente humana, de nossos hábitos, sentimentos, frustrações? Todas as pessoas passam por isso em suas vidas, mas normalmente enfrentam essas questões às cegas, sem saber para quem se voltar.
Um exemplo é que muitas escolas exigem que os alunos se esforcem até o final de suas energias em estudos e mais estudos, especialmente com a cultura do vestibular cada vez mais impregnada nas mentalidades das pessoas. Deste anseio por resultados rápidos emergem problemas como a ansiedade, depressão e outros distúrbios, muito comuns na juventude de hoje em dia.
Contra isso, aprender a cuidar de si mesmo é uma habilidade essencial. A importância do descanso é frequentemente deixada de lado, assim como atividades físicas, meditação, alimentação saudável etc. Tudo isso pode ajudar a levar uma vida mais saudável e equilibrada.
2 – Cuidar da vida financeira
É claro que na escola aprendemos matemática, um requisito básico quando o assunto são as finanças.
No entanto, entender como cuidar das dívidas, das finanças e investimentos – até mesmo entender impostos e órgãos jurídicos -, nada disso é aprendido na escola. No geral, acabamos aprendendo essas coisas na famosa “escola da vida”. É preciso aprender a fazer o planejamento do mês, cuidar do dinheiro que entra e do que sai.
Gerenciar o dinheiro não é uma coisa fácil e essa habilidade pode mudar, em muito, a vida de alguém. Que tal ensinar um pouco de responsabilidade financeira para seu filho(a)?
3 – Inteligência emocional
Na escola as crianças aprender a conviver com as outras e, de uma forma ou de outra, aprendem a lidar com as diferenças. No entanto, a vida leva as pessoas a situações que tanto a escola quanto a família não são o suficiente para nos preparar, pois tratam do universo privado da vida.
A inteligência emocional é um aspecto muito importante e seu aprendizado é muitas vezes solitário. Lidar com outras pessoas não é uma tarefa fácil e nos dias de hoje vemos muitos jovens entrando em relacionamentos abusivos ou praticando (mas outras vezes sofrendo) bullying, de certo por não terem compreendido desde cedo atributos importantes como o amor próprio e o respeito aos outros.
Possuir inteligência emocional é saber lidar com as mais diversas situações sem sentir que tudo se dá como uma mera influência do destino, mas que é possível decidir. As crianças devem compreender, desde cedo, que possuem responsabilidades com os outros e, especialmente, consigo mesmas. Além disso, ter inteligência emocional é saber evitar a sensação de “seguir a matilha”, ou seja, agir por impulso de imitar os colegas.
Para auxiliar seu filho ou filha a criar inteligência emocional, aposte em boas conversas e reflexões a respeito das maneiras de se relacionar com os outros. É só pensar no quanto é aprendido a respeito do emocional com obras de ficção. Livros, filmes, séries e novelas estão a todo o tempo ensinando – mesmo que não intencionalmente – formas de se relacionar e de lidar com as emoções. Talvez seja o caso de utilizar a próxima sessão em família de um filme ou seriado, provocar uma conversa profunda a respeito dos conflitos e questões que foram vistos.
Com crianças mais jovens, os livros infantis podem ser de grande ajuda. Isso porque autores de livros infantis costumam inserir ótimas reflexões em uma linguagem acessível para as crianças. “O pequeno príncipe”, por exemplo, eternizou a expressão “serás eternamente responsável por aquilo que cativas”, um mote interessante para dar uma noção de responsabilidade emocional para as crianças, ou ao menos instaurar uma conversa.
4 – Aprender com os erros
A educação tradicional nos ensina a ser cautelosos, a conhecer os riscos e o mundo e a respeitar regras. Porém, toda pessoa que pretende avançar na vida compreende que existe um momento em que é necessário confiar nos instintos. O momento em que uma decisão de risco, crucial, deve ser tomada, no qual o próximo passo pode mudar tudo.
É difícil aprender a confiar em si mesmo, mas uma das melhores formas é adicionar ao “cuidar de si mesmo”, ali de cima, o preceito grego clássico: “conhecer a si mesmo”. Sim, é preciso compreender as mensagens que nossa mente nos envia por meio de sensações, para saber a melhor forma de agir. Essa habilidade é muito importante para que a vida não seja permeada de dúvidas e receios.
Existem muitas habilidades que não aprendemos na escola, e essas foram apenas algumas pinceladas em qualidades de áreas como relacionamentos, vida material, emoções e sentimentos. Essas áreas podem abarcar todo o espectro da vida, e determinam habilidades que são necessárias para a vida no trabalho, nas relações amorosas, na vida em família e até mesmo nos momentos de diversão.
Muito disso é realmente aprendido na “escola da vida”, mas será que faz mal uma revisão ou umas aulinhas de reforço de vez em quando? O que você acha? Melhor do que ficar de recuperação!