Você já deve ter ouvido falar que bebês são como esponjinhas: capazes de absorver tudo ao seu redor. A frase marca que o pensamento lógico infantil começa logo cedo, nos primeiros anos de uma criança.
Isso se reflete na consciência que tomam de suas ações, da forma como determinada “gracinha” faz a mamãe sorrir, e de seus movimentos.
O pegar e largar de brinquedos não é sem sentido, é um reconhecimento do próprio corpo e resposta a estímulos, vontades e desejos que ainda não são postos em palavras.
Não é para menos que cada vez mais se comprova que esses primeiros momentos são determinantes para o crescimento daquele humano.
O toque no recém-nascido, os jogos e brincadeiras, tanto individuais quanto em conjunto… Todos eles têm sua função e moldam o pensamento.
Neuropediatras confirmam: a compreensão dos bebês é muito maior do que inicialmente se espera.
Além da carga genética
Vale ressaltar que raciocínio lógico e QI (quociente de inteligência, ou seja, o quanto uma pessoa é inteligente) são coisas completamente diferentes. Enquanto o QI envolve genética, o desenvolvimento do raciocínio lógico infantil pode ser estimulado independentemente disso.
Ele começa nas diversas vivências da infância, que favorecem novas conexões neurais e uma comunicação mais ou menos exigente do bebê, da criança e do jovem adolescente. E você sabia que cada estímulo contribui para uma área diferente do cérebro?
O lobo frontal
Responsável pelos movimentos voluntários, comportamento, emoções e planejamento. Para estimulá-lo, experimente a dança, a leitura e a prática de esportes.
O lobo temporal
Processa os sons, inclusive os da linguagem, sendo também responsável pela memória. Estimule-o por meio da leitura de histórias e letras de músicas, aprendendo um novo idioma ou a tocar um instrumento musical.
O lobo parietal
Responsável pelo tato, bem como pelas habilidades matemáticas e espaciais (distância e medidas, por exemplo). Uma boa maneira de estimular essa região é com brincadeiras que diferenciem superfícies e texturas, bem como atividades como palavras cruzadas.
O lobo occipital
Responsável pela percepção visual. Utilizar brinquedos com luzes diferentes, ilustrações comuns e em 3D, objetos coloridos, videogames, entre outros, são as melhores formas de estimular a região.
Brincando de aprender
Pensadores e teóricos da pedagogia defendem que a participação ativa do aluno nas atividades pedagógicas é essencial o aprendizado. Quanto mais natural ele for, mais facilmente será internalizado. E é esse o objetivo, certo?
Esses mesmos pensadores encaram a utilização de jogos na aprendizagem como um agente que coloca o pensamento em ação. Em outras palavras, ao entrar no contexto do jogo ou da brincadeira, a criança compreende sua lógica de forma natural. Literalmente aprende enquanto se diverte.
As funções dos jogos e das brincadeiras no processo de aprendizagem, portanto, vão além de fornecer instrução. Suas funções englobam o desenvolvimento da criatividade e da intuição e ensinam a proatividade às crianças.
Favorecem, também, o pensamento independente e a capacidade de transpor obstáculos de maneiras criativas. Está vendo como isso se conecta diretamente com o mundo no qual estamos vivendo? Um mundo que, cada vez mais, exige soluções criativas para problemas complexos.
E sabe o que é mais interessante nisso tudo? Todos esses benefícios são acrescentados ao prazer de realização da tarefa, fator determinante para que haja o aprendizado. A conhecida sensação de recompensa, aquela que, mesmo enquanto adultos, buscamos incessantemente.
Estimulando o pensamento lógico infantil
Muitos jogos comuns de tabuleiro são ferramentas importantes e muito eficazes na estimulação da lógica em uma criança (e, na maioria das vezes, até mesmo em adultos).
É bem provável que você tenha alguns deles guardados em casa. Portanto, hora de espanar a poeira e colocar a criançada para pensar brincando! E que tal brincar junto?
Dominó
Os modelos mais antigos trazem apenas números representados por bolinhas que devem ser ligadas. Hoje em dia, os dominós são coloridos e têm texturas diferentes.
Agora, se você quer incrementar a brincadeira, proponha ainda a construção de um dominó! Diversão e aprendizado garantidos! Ah, e LEGO também está valendo, viu?
Quebra-cabeças
Com o óbvio objetivo de quebrar a cabeça para encaixar as peças da forma correta, ele pode ser um baita desafio para pessoas de qualquer idade.
Nas lojas, é possível encontrar quebra-cabeças para crianças a partir dos dois anos de idade, com peças maiores e coloridas para evitar acidentes e manter a criança atenta.
Para os mais velhos, prefira os que têm peças menores e mais numerosas, o que dificulta a montagem e estimula o pensamento.
Jogo da memória
Você lembra tudo que viu há poucos momentos atrás? Se para adultos isso já é difícil, imagine para uma criança que ainda está desbravando o pequeno mundo ao seu redor e se distrai com facilidade.
Além de, é claro, estimular a memória, este jogo ainda permite que os pequenos deem asas à própria criatividade!
Jogos de sequência lógica
Composto por figuras que representam a ordem de uma cena, seu objetivo é que crianças consigam colocá-las na ordem correta, de forma que faça sentido.
Para as crianças mais velhas, a brincadeira pode ser feita com números e operações matemáticas: ótimos para prepará-las para os desafios do futuro.
Caça-palavras
É possível comprar livrinhos repletos de caça-palavras, porém, mais uma vez, fazer um é bem mais divertido, principalmente para as crianças em fase de alfabetização.
Para os maiores, resolver sudokus e palavras cruzadas também estimulam a memória e o pensamento lógico.
As opções de brincadeiras para estimular o pensamento lógico infantil são inúmeras. O mais importante é compreender que o aprendizado e a brincadeira podem (e devem!) andar lado a lado no desenvolvimento cognitivo das crianças. Os benefícios serão, sem dúvidas, levados para a vida toda!