As grandes potências mundiais, como os Estados Unidos, surgiram por causa dos makers: pessoas curiosas e dotadas de espírito engenhoso e empreendedor, cujas naturezas livres deram início às novas indústrias. Já deu pra entender um pouco o que cultura maker significa, não é?
A verdade é que a cultura maker sempre esteve presente em nossas vidas, porém agora ela se tornou uma tendência mundial que chegou para revolucionar as instituições de ensino e trazer uma infinidade de novas possibilidades aos futuros integrantes do mercado de trabalho.
O movimento tem ganhado tanta expressão que até uma feira para celebrá-lo foi criada. E ela é incrível!
A Feira Maker
Dale Dougherty, um estadunidense amante de tecnologia e editor da Revista MAKE, criou o maior evento de DIY (“Do It Yourself “, ou “Faça Você Mesmo”) do mundo.
Chamado de Maker Faire, ou “Feira Maker”, em tradução livre, seu objetivo é celebrar a inovação, a criatividade e o uso da tecnologia no nosso dia a dia.
O que é exatamente a Maker Faire?
Ela pode ser definida em três partes: feira de ciências, feira de cultura pop e “algo tão novo e revolucionário que ainda não tem nem definição”. Sentiu um friozinho na espinha? Eu senti! A possibilidade de explorar o infinito parece extraordinária sob um novo ponto de vista.
É um evento para todas as idades, que reúne entusiastas da tecnologia, artistas, educadores, curiosos, engenheiros, clubes de ciências, autores, estudantes e até comerciantes. Todos que são considerados makers fazem parte dela.
Afinal, eles vão à feira para expor o que criam e compartilhar com o restante do mundo o que aprenderam com suas experiências. Eles falam sobre sucesso e fracasso, sobre processos de criação e de realização de projetos. Falam de usar a tecnologia em nome de algo grandioso, bom e maduro.
A primeira Make Faire aconteceu em 2006 e provou o quanto o assunto interessa às pessoas. Oito anos depois, em 2014, a edição de feira que aconteceu em Nova York teve um público recorde de 215 mil pessoas!
Todos somos makers!
De acordo com Dale Dougherty, “todos nós somos makers por natureza, mesmo que não tenhamos desenvolvido essas características”. Isso quer dizer que todos nós temos o poder, em nossas mãos, de inventar.
Todos temos a habilidade de entender como cada coisa funciona, tocando, montando e desmontando tudo o que está à nossa volta. É essa capacidade de explorar o que está ao nosso alcance que confirma a famosa frase de Aristóteles:
“É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer”.
Obviamente, o filósofo não estava se referindo à cultura maker, pois naquela época isso era uma coisa inimaginável. Todavia, a realidade é que a frase é a que define melhor o conceito do que consideramos cultura maker, assim como a sua aplicação às metodologias de ensino.
Fato é que, se voltada ao ensino, ela pode ser explorada desde os primeiros anos na vida escolar, pois já está mais do que comprovado o incrível potencial de criação e criatividade das crianças.
No entanto, um grande diferencial capacita ainda mais as novas gerações de alunos: eles nasceram em plena ascensão da internet, e a familiaridade com os mais variados dispositivos acabou permitindo que a tecnologia já fosse algo inerente às suas naturezas.
Liberdade de ação e pensamento como facilitadora do ensino
Acabar com a sala de aula tradicional é o primeiro passo para desenvolver a criatividade e pôr em prática os princípios do movimento maker. E, não se preocupe, ninguém sai perdendo! Professores têm seu papel garantido nessa revolução.
A criança precisa ter liberdade para agir e pensar na hora de aprender para que possa desenvolver meios próprios para internalizar o conteúdo passado.
Uma sala de aula que lhe possibilite tal liberdade é determinante para que a criança tenha maior motivação para aprender e passe a produzir mais.
Ter liberdade de ação não significa que a criança pode fazer o que quiser, inclusive não fazer nada. A liberdade, dentro dos princípios da cultura maker, tem a ver com a capacidade da criança desenvolver seus próprios métodos de aprendizado.
Em outras palavras, ela terá liberdade para utilizar o que está a sua volta para entender o conteúdo que está sendo passado. Liberdade, portanto, é desvencilhar-se do formato tradicional de ficar sentado copiando conteúdo da lousa e acatando as explicações dos professores como se fossem verdades absolutas. É, então, questionar.
Criatividade e tecnologia andam de mãos dadas com a cultura maker
Já entendemos que um maker se utiliza da tecnologia para dar asas à sua imaginação e colocar em prática uma ideia, certo? É com o auxílio da tecnologia que o pensamento criativo poderá ser testado e colocado em funcionamento.
Impressoras 3D, drones, uso da inteligência artificial e outros recursos são os responsáveis por colocar as ideias de nossos pequenos inventores em prática.
Embora ainda restritos, os recursos da cultura maker, aos poucos, vão ficando mais acessíveis a todos. Hoje o projeto Garagem Fab Lab, que ganhou notoriedade após sua divulgação no programa “Fantástico”, da Rede Globo, já está espalhado por várias cidades brasileiras.
A boa notícia é que, em São Paulo, já é possível encontrar o Fab Lab Livre SP, laboratórios municipais que estão localizados em lugares estratégicos, como no centro da cidade e no extremo leste, para alcançar grande parte da população que não pode frequentar um colégio particular com tais recursos.
A mudança veio para ficar
Não devemos nos assustar ou resistir às mudanças. Os alunos formados por metodologias de ensino baseadas no desenvolvimento da criatividade aliada à tecnologia já estão surgindo e nos apresentando um horizonte inteiramente novo e melhor!
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