“Uma atitude vale mais do que mil palavras”. Todos já se depararam com essa máxima do bom exemplo em algum momento da vida, não é mesmo?
O filósofo Mario Sérgio Cortella defende a construção de uma convivência mais ética, que parte da premissa de que a difícil tarefa de educar um filho começa em casa. Quem melhor do que a nossa maior referência para mostrar o melhor caminho, certo?
A gente sabe que a teoria parece fácil, mas o dia a dia exige determinação e paciência. Por isso decidimos trazer o bom exemplo para a nossa pauta.
Impor limites é necessário e deve ser feito com amor
Muitos pais se sentem culpados por não poder passar mais tempo com os seus filhos. A rotina de trabalho pesa, e nem sempre é possível se fazer muito presente. Isso não significa, entretanto, que deem ser permissivos demais.
Isso porque essa simples atitude é o primeiro passo na criação de adultos com dificuldades em aceitar “nãos”. Por isso, é preciso entender que impor limites não é privar os filhos de prazeres. Na verdade, é ensiná-los como o mundo funciona e prepará-los para a vida escolar e adulta.
Queremos que os pequenos se tornem melhores versões do que nós somos hoje e, para isso, precisamos ser honestos ao apresentar o que é certo e errado. Especialmente quando cometemos um erro.
Desde cedo, crianças espelham os gestos da mãe e do pai. Sendo assim, evite explicar em muitas palavras os conceitos morais e mostre, por meio de suas ações, posturas corretas.
Dar o bom exemplo: o certo versus o errado
Em abril de 2015, o professor Mario Sergio Cortella apresentou a palestra “Como construir uma convivência mais ética no nosso dia a dia? Reflexões urgentes para pais, docentes e educadores”.
Baseada no livro Educação, Convivência e Ética, publicado pela Cortez Editora, ela responde algumas perguntas essenciais sobre a dinâmica familiar e seus efeitos na vida adulta das crianças.
De acordo com o Cortella, a ética na família vai além de determinar o que é adequado e o que não é. A ética representa uma reflexão sobre o motivo que leva você a fazer aquilo que faz.
Isso significa que é preciso que pensemos se as nossas atitudes são benéficas para nós e para os outros. Ou se, na verdade, são boas para nós, porém prejudicam os outros.
“É preciso formar pessoas na vida que entendam que ser decente não traz todas as vantagens que quem não é decente obtém imediatamente, mas que traz muitas outras que persistem no tempo, e que o indecente não conquista”.
Mario Sergio Cortella
O grande problema, aos olhos do professor, é que os pais não estão passando para os filhos a noção de esforço, o que é prejudicial às suas formações morais:
“Se uma criança não foi formada aprendendo a valorizar a ideia de esforço, ela vai achar que as coisas acontecem como mágica, que não é preciso correr atrás de nada.”
A responsabilidade do outro
Se você, pai, ainda persiste na ideia de que pagar uma mensalidade define que a escola deve educar seu filho, saiba que é um equívoco. Certamente ela ajuda na formação dele, mas não é pelos ensinamentos falados de um professor ao aluno.
Escolarização e educação são coisas diferentes. Seu filho vai aprender pelo modo como a professora age com os outros – sejam alunos ou pares. E, certamente, vai compará-lo com o que vê dentro de casa para entender o que é, ou não, correto.
Família e escola são instituições que representam papéis diferentes na vida de uma mesma criança. Por isso, a parceria entre as duas instituições é fundamental para que a consolidação dos valores éticos seja realizada.
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