A palavra gamificação vem de game, que significa jogo em inglês. Portanto, pode-se definir a gamificação como a utilização das regras e estratégias de um determinado jogo em outras situações de ensino, como na sala de aula, por exemplo.
Para os mais velhos – pais e mães – é como se os professores usassem as regras e estratégias do antigo Banco Imobiliário ou de War para ensinar matemática, estatística, geografia, cálculo e outras disciplinas aos seus alunos em sala de aula.
Os desafios da educação moderna envolvem as tarefas de engajar o aluno, estimular seu interesse e reter sua atenção, além de manter uma atitude positiva em um ambiente acolhedor e propício ao aprendizado.
Isso quer dizer que a escola deixou de ser um processo comum de apresentar informações e testar os alunos com o objetivo de aumentar as taxas de retenção e compreensão do conteúdo. A necessidade do aluno mudou.
A sofisticação dos games incrementou a pedagogia
Embora os jogos de tabuleiro ainda sejam utilizados por alguns professores old school, a sofisticação e a complexidade dos jogos eletrônicos da atualidade, como o famoso Minecraft, passaram a ser objetos de estudo para incrementar a pedagogia e transformar os modelos de ensino tradicional em algo que falasse com o aluno em um idioma que ele compreende e gosta.
Totalmente ininteligível para alguns pais, crianças e adolescentes passam horas procurando recursos, plantando alimentos e construindo suas próprias moradias para sobreviverem.
As estratégias e regras do Minecraft se mostraram tão pedagogicamente interessantes que a versão para ser utilizada nas escolas, o MinecraftEDU, já está em plena atividade em escolas de mais de 40 países ao redor do mundo.
A gamificação tem essa finalidade: despertar o interessa e 100% de atenção do aluno, aumentando sua participação ativa no aprendizado que, aliás, acontece através do desenvolvimento da autonomia.
Afinal de contas, eles têm que resolver situações problemáticas com muita criatividade, jogo de cintura e diálogo para poderem continuar no jogo.
A gamificação também beneficia os professores
Nos países que já compreenderam a importância da gamificação é possível observar o alcance dos benefícios da prática aos professores.
Ficou muito claro que a gamificação chegou para expandir a capacidade dos educadores de desenvolver sua própria habilidade criativa.
Ao criar jogos e dinâmicas próprias para que possam utilizar com seus alunos em vez de trazer os jogos já existentes, o novo modelo de educador também trabalha a autonomia, a pró-atividade, a inovação e a criatividade – habilidades que transportam os alunos para fora de sua zona de conforto com muita naturalidade.
O papel do novo educador é manter o ambiente da sala de aula favorável para a comunicação ao encorajar o feedback dos alunos não só na relação aluno/professor, mas também na relação aluno/aluno.
Essas estratégias que estimulam a interação social e que são acompanhadas do nível adequado de controle, encorajamento e disciplina, são meios eficientes de se criar e manter um ambiente absolutamente propício ao aprendizado.
Casos de gamificação: conheça dois games e o que ensinam durante a diversão
Game #1: Ribbon Hero
Sinopse: jogo que ensina os alunos a utilizarem o Microsoft Office 2007 e 2010.
Como funciona: o jogo pode ser baixado gratuitamente. Após instalado, pode ser iniciado de qualquer um dos programas do Microsoft Office (Word, Excel, etc).
Durante o jogo, o aluno encara desafios que ele terá que resolver para ganhar pontos.
Os desafios são agrupados em 4 seções: manipulação de texto, design e layout de página, apresentação artística e uma seção com pontos mais rápidos e generalizados.
Nas três primeiras seções, cada desafio tem a finalidade de apresentar ao jogador uma função do Microsoft Office e fazer com que ele edite um documento simples usando a função apresentada.
A seção dos pontos rápidos não apresenta desafios específicos, mas apresenta listas de funções que podem ser usadas fora do jogo para acumular pontos.
É muito fácil acompanhar o progresso do jogador ao usar as funções e ferramentas do Office, além de ajustar a dificuldade dos desafios de acordo com o nível de conhecimento.
Além disso, o jogador pode entrar no jogo com seu perfil do Facebook e, assim, postar seus desafios superados e sua pontuação com seus contatos que também estão jogando.
Game #2: The World Peace Game
>Sinopse: jogo baseado em uma simulação de situação política rica e bem elaborada que convida os alunos a explorarem um mundo que consiste de 4 ou 5 nações importantes.
Como funciona: cada um dos países é governado por um grupo de alunos, os quais são encorajados a explorar a comunidade global e aprender sobre a natureza dos relacionamentos complexos das nações.
Os alunos observam o mundo sob as óticas econômica, social e filosófica e podem se deparar com desafios que vão desde crises do meio ambiente a ameaças iminentes de guerra.
O professor apresenta as informações que definem os cenários iniciais e passa o que virá a seguir: crises novas ou que estão se fomentando que podem variar desde as questões ambientais até as situações militares.
O grupo precisa utilizar sua imaginação e habilidades cognitivas, buscar colaboração e cooperação, e encontrar soluções que beneficiará as equipes e a comunidade global.
O objetivo principal desse jogo é conseguir uma harmonia razoável para cada nação e aumentar a prosperidade global com o mínimo de intervenção militar possível.
É hora de legitimar a gamificação
Esses dois exemplos de games utilizados como ferramenta de ensino mostram que a educação aliada à diversão é o caminho a seguir para capacitar os novos líderes mundial. A hora de quebrar com o tradicional e abrir as portas para a inovação é essa.