Lugar de mulher é onde ela quiser, como na engenharia! Ao longo dos anos, as mulheres enfrentaram, e ainda enfrentam, dificuldades profissionais na engenharia, devido ao machismo incrustado em nossa sociedade. Contudo, apesar desses obstáculos, vamos conhecer aqui mulheres que conseguiram se destacar nessa importante área de conhecimento.
Para celebrar o crescente aumento de mulheres na engenharia ao longo dos anos, a Sociedade de Mulheres Engenheiras do Reino Unido (Women’s Engineering Society) criou o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, comemorado anualmente no dia 23 de junho. A data tem o objetivo de celebrar e fortalecer o espaço que as engenheiras vêm conquistando nesse setor, que antes era ocupado majoritariamente por homens.
De acordo com o Censo da Educação Superior de 2016, 28,4% das matrículas realizadas em cursos de graduação de Engenharia Civil foram de mulheres. Se compararmos com 2014, houve um aumento de 8,4%.
Por outro lado, as mulheres já são maioria nas matrículas de alguns cursos de engenharia. Em 2019, por exemplo, elas foram a maioria de ingressantes em seis cursos de engenharia: Engenharia de Alimentos (62,9%), Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (59,4%), Engenharia Têxtil (53,6%), Engenharia Química (50,8%), Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente (50,4%) e Engenharia Ambiental e Sanitária (50,2%).
Ainda assim, muito ainda precisa ser feito, tanto que a igualdade de gênero no trabalho é uma das pautas da International Labour Organization, um braço da ONU para tratar dessas questões.
Para entendermos melhor essa dificuldade que as mulheres enfrentam na engenharia, podemos escutar a história da engenheira norte-americana Debbie Sterling. Ela desenvolveu uma marca de brinquedos que ensinam engenharia para crianças, principalmente para meninas. Assista abaixo!
O que é a engenharia de fato?
Primeiramente, precisamos desmistificar o que é a engenharia. Ser engenheira ou engenheiro não é apenas chefiar uma construção. Diferente do imaginário comum, existem ao todo mais de 30 tipos diferentes de engenharia, segundo o Guia do Estudante. Cada uma delas tem suas particularidades e áreas de atuação.
A engenharia é, em resumo, responsável por criar soluções para problemas das mais diversas áreas. Quem segue essa carreira vai ser responsável por pensar, estudar, projetar, criar e executar propostas a partir dos conhecimentos científicos, matemáticos e de humanas. Tudo relacionado com os diferentes tipos de engenharia.
Vamos agora conhecer algumas engenheiras que fazem parte da história dessa profissão?
5 engenheiras que entraram para a história com seus projetos e cargos importantes
Emily Warren Roebling (1843 – 1903) e a Ponte do Brooklyn
Créditos: reprodução da internet
No século XVII, a norte-americana Emily Warren Roebling foi uma das engenheiras-chefes na construção da célebre Ponte do Brooklyn, situada em Nova York, nos Estados Unidos. Mesmo sem graduação, Emily assumiu a supervisão do projeto em 1872, quando seu marido, Washington Roebling, ficou doente.
Apesar de não ter curso superior, Emily aprendeu os ofícios da engenharia civil acompanhando o trabalho do marido. Dessa maneira, ela foi capaz de liderar o término da obra, que foi finalizada em 1883, quando ela tinha 40 anos.
Ela se tornou figura pública de um dos maiores projetos de engenharia da época e símbolo da luta pelo direito do acesso de mulheres à graduação nos Estados Unidos.
Enedina Alves Marques (1913 – 1981) e a Usina Capivari-Cachoeira
Créditos: reprodução da Internet
Brasileira nascida na Curitiba de 1913, Enedina Alves Marques foi uma mulher negra e pobre que teve que superar diversas adversidades para alcançar o sonho de se formar em uma universidade. Depois de trabalhar como babá e professora, ela usou toda sua inteligência e determinação para ingressar no curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná.
Enedina enfrentou preconceito dos colegas e professores da graduação, mas concluiu seus estudos em 1945, tornando-se a primeira mulher engenheira do Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil.
Ela assumiu diversos cargos de chefia na Secretaria de Viação e Obras Públicas e liderou com competência dezenas de pessoas. A engenheira trabalhou no desenvolvimento do Plano Hidrelétrico do Paraná e um de seus projetos mais conhecidos foi a Usina Capivari-Cachoeira, a maior central hidrelétrica subterrânea do sul do país.
Ginni Rometty (1957) – CEO da IBM
Créditos: Divulgação/IBM
Para quem não sabe, a IBM é considerada uma das maiores empresas de tecnologias da informação do mundo, incluindo sistemas de inteligência artificial, hardware, softwares e supercomputadores. E você imagina quem comandou essa empresa até 2020? Uma mulher chamada Ginni Rometty, graduada em Ciências da Computação e Engenharia Elétrica.
A estadunidense assumiu o cargo de CEO da International Business Machines (IBM) em 2011 e foi a primeira mulher a assumir essa posição na empresa, fundada 100 anos atrás, em 1911.
Considerada pela Forbes, em 2019, como a 9ª mulher mais poderosa do mundo, Rometty é apontada como uma das principais responsáveis pelo crescimento da IBM e pela sua expansão para áreas como a de computação em nuvem e business analytics (análise de negócios).
Gwynne Shotwell (1963) – Presidente da SpaceX
Créditos: SpaceX
Liderando as futuras mudanças dos transportes espaciais, a norte-americana Gwynne Shotwell é a presidente e chefe de operações da SpaceX. A SpaceX é uma empresa fundada por Elon Musk que está revolucionando a forma como as viagens espaciais são feitas.
Engenheira mecânica e aeroespacial, Shotwell comanda o dia a dia das operações e o crescimento da SpaceX, que já fechou contratos bilionários com a NASA, por exemplo. Ela já ganhou diversos prêmios de reconhecimento pelo seu trabalho com as tecnologias e a ciência espacial.
Aprille Ericsson (1963) – Engenheira da NASA
Créditos: NASA/Goddard/Bill Hrybyk
Mulher negra nascida no Brooklyn, Ericsson nutriu um sonho após ver o lançamento da missão Apollo quando era criança. Anos depois ela participava de um programa de design de foguetes no MIT (Massachusetts Institute of Technology) para se formar em Engenharia Aeronáutica e Aeroespacial na mesma instituição em 1986.
Primeira mulher afro-americana a receber o PhD em Engenharia na NASA Goddard Space Flight Center (GSFC), Ericsson trabalha na NASA desde o início da década de 1990. Ela já participou de diferentes programas, como o projeto Atlas Instrument, um satélite com laser capaz de monitorar o impacto do aquecimento polar ao acompanhar as calotas polares da Terra.
A engenharia e o futuro
As áreas de engenharia estão sempre relacionadas com a inovação, visto que são responsáveis por resolver problemas. Além disso, os profissionais da área muitas vezes são considerados como os responsáveis por projetar o futuro da nossa sociedade junto aos especialistas das áreas de tecnologia e programação.
Aqui na codeBuddy, levantamos constantemente a bandeira da presença de meninas e mulheres na programação por meio de nossa campanha Code Like a Girl.
Se você conhece alguma jovem que se interessa por tecnologia, saiba que ela pode ser uma futura engenheira ou profissional que irá revolucionar o mercado de tecnologia. E o ensino de programação e robótica durante a infância e a adolescência pode impulsionar e facilitar o caminho.
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