Você está por dentro do burburinho por trás dos chamados influencers? Ou blogger influencers? Se não, é muito possível que uma conversa com o público jovem – seus filhos e filhas inclusive – desvende esse fenômeno da era da internet.
O que são influencers?
Influencers são pessoas que utilizam seus perfis em redes sociais para atingir um número cada vez maior de seguidores. A rede social mais utilizada por eles é o Youtube – e, nesse caso, são chamados de YouTubers -, mas rapidamente avançam por redes como o Instagram e o Facebook. E até chegaram aos blogs!
Mais do que se tornarem pessoas extremamente populares no meio online – algumas tornando-se atores e atrizes ou cantores(as) do mundo pop – essas celebridades utilizam o impacto de suas opiniões para influenciarem o comportamento de outras pessoas.
As empresas que estão sempre antenadas nas novas tendências de comunicação não perderam a chance de aproveitar a onda. Surge, então, uma nova forma de marketing. O apelo de alguém que você conhece (mesmo que apenas virtualmente) e gosta é a melhor forma de convencimento para compra de produtos.
Por isso, é muito comum que produzam conteúdos patrocinados. Eles são pagos para falar de produtos e, muitas vezes, costumam receber experiências na esperança empresarial de que decidam falar sobre o que ganharam.
Não é incomum uma youtuber de moda ganhar roupas, por exemplo. Ou um blogueiro especialista em games receber os lançamentos em casa para publicar a experiência do jogo. Ou até mesmo uma criança que se torna digital influencer e poderá ser abordada por empresas de brinquedos, jogos e até parques temáticos.
Mas é isso mesmo? Crianças influencers?

Sim, os chamados mini-influencers utilizam canais no YouTube, Instagram e outras redes sociais para conseguirem um número exorbitante de fãs. Quem consegue trabalhar bem o carisma e produzir conteúdo legal – muitas vezes com a ajuda de pais e irmãos que atuam na produção – é abordado(a) por empresas, promove encontros com os fãs e se torna uma verdadeira celebridade. Alguns inclusive lançam seus próprios livros!
Um conteúdo divulgado na Folha de São Paulo informa que quase metade da produção de YouTubers no Brasil produz conteúdo voltado para crianças de até 12 anos, gerando mais de 50 bilhões de visualizações. Mesmo que nem todo ele seja feito por crianças, o número de influencers-mirins é exorbitante.
Gian Tancredo é um menino de 12 anos com mais de 80 milhões de inscritos em seu canal do YouTube. Ele viralizou em um episódio em que se vestia com roupas com o valor de R$ 39 mil reais.
Isaac do Vine tem milhões de inscritos em seu canal, mesmo tendo apenas 8 anos de idade, e vai estrear uma série do Multishow. Dudinha Yamazki causa inveja até em adultos com os 70 mil seguidores em seu Instagram, no qual posta fotos com looks descolados.
Pense em um assunto qualquer: provavelmente terá um influenciador falando sobre ele.

Essa fama toda não atrapalha o desenvolvimento das crianças?
Vamos ser honestos, influencers mirins podem ajudar a criar toda uma renda para a família e aproveitar uma infância cheia de regalias. Mas, sem dúvida, precisam ser preparados desde cedo para as consequências da fama.
É preciso muita atenção dos pais e responsáveis para que problemas no desenvolvimento educacional e na privacidade das crianças não ocorram. Quanto mais expostos estamos, mais vulneráveis ficamos. Isso não precisa ser ruim: depende de que tipo de informação estamos divulgando.
Falando para a Revista Trip, a psicóloga Ana Flávia Fernandes comentou que essas crianças sofrem com a pressão de viver uma personagem capaz de agradar familiares, amigos e milhões de seguidores, podendo gerar quadros de ansiedade e depressão.
O problema de crianças e adolescentes que idolatram outros ícones foi abordado, inclusive, no último episódio da quinta temporada de Black Mirror, no qual Miley Cirus (uma grande diva do mundo juvenil) vive um papel em que sofre de uma escalada depressiva causada pela fama.
O lado positivo de ser influencer é promover o bem!
É claro que não precisa ser assim, como no episódio de Black Mirror, e aquele é um cenário pessimista. Existem relatos de YouTubers mirins, entre 9 e 14 anos, que superaram quadros de depressão e de bullying por meio de suas carreiras on-line, inspirando outros jovens e mandando mensagens positivas. É nesses exemplos que devemos nos apoiar e inspirar.
Pais e mães dedicados às carreiras de seus filhos não buscam apenas avaliar o sucesso profissional e financeiro dos pequenos, mas estão a todo o tempo checando as interações e identificando comportamentos abusivos de seguidores duvidosos.
E não é para menos, tanta exposição pode transformar a jornada das crianças em uma aventura que exige o acompanhamento e a responsabilidade de quem tem experiência. Inclusive para lidar com toda a área do direito digital que pode ser envolvida.
O cuidado precisa ir além da audiência. Pais devem considerar a relação de seus filhos com as possíveis empresas interessadas em praticar marketing indireto.
Segundo especialistas, algumas exigências legais devem ser tomadas no caso dos influencers, como deixar clara a natureza publicitária de conteúdos patrocinados, regulações trabalhistas e tributárias.

Qual o efeito dos influencers nas crianças?
Estudos indicam que 38% das crianças de famílias questionadas tinham seus próprios gadgets de uso pessoal, uma estatística que vem crescendo vertiginosamente. Assim, não é estranho que tanto influencers-mirins quanto adultos com conteúdo infanto-juvenil conquistem cada vez mais atenção.
A influência de uma figura popular pode se dar de diversas formas, positivas ou negativas. Muitas crianças assumem uma distinção clara entre o que é mera programação do que é entretenimento da vida real.
Mas existem também efeitos negativos. Um deles é o impulsionamento de um desejo consumista nas crianças, que podem começar a querer as mesmas roupas e brinquedos que possuem YouTubers e usuários do Instagram. No Reino Unido, existem relatos de crianças que deixam de se interessar por seus hobbies para assistirem seus ídolos influencers praticando as mesmas atividades.
O efeito mais comum dos influencers é, justamente, a influência que podem ter no comportamento das crianças. Muitas podem começar a querer imitar os trejeitos, falas e modos de seus ídolos da Internet, o que pode gerar conflitos quanto à educação dada em casa.
É por isso que os pais devem estar sempre alertas para o tempo despendido pelas crianças na tela de seus aparelhos. E mais importante: manterem-se atentos e participativos quanto ao conteúdo que consomem e produzem. Apesar desse tipo de situação, a codeBuddy acredita que a tecnologia pode ser uma grande aliada da educação.
Por isso, buscamos oferecer opções de cursos tecnológicos capazes de aumentar a consciência do uso e criação no mundo digitalizado. Conheça nossos cursos!